Com um placar apertado, de 30 a 25, os eleitos superaram a chapa da situação formada pelo atual presidente Paulo Wanderley e Alberto Maciel Jr em uma eleição polêmica. A candidatura de Paulo foi muito criticada por atletas, que intepretavam uma tentativa de uma segunda recondunação do dirigente, algo ilegal por lei.
No entanto, a Comissão Eleitoral do COB homologou a chapa porque interpretou que quando Paulo Wanderley assume a presidência em 2017, após a renúncia de Carlos Arthur Nuzman, e fica até o final de 2020, esse período "era um mandato-tampão", logo, a atual eleição foi sua primeira tentativa de recondução.
Após o resultado do pleito, realizado na Assembleia Geral da entidade no Centro de Treinamento do COB no Rio de Janeiro, La Porta destacou a eleição apertada e muito democrática.
"Pela primeira vez, em 100 anos, a oposição vence uma eleição do COB. Isso mostra a força que a nossa dupla tem. Agora, vamos sentar na mesa com todo mundo, atletas, e confederações. O comitê está em um momento importante muito bom, com vários patrocinadores. A gente precisa aproveitar esse investimento de uma forma efetiva para que chegue na linha de frente, que são os atletas."
Yane Marques, medalhista olímpica no pentatlo moderno em Londres-2012, também destacou a representatividade dos atletas e outro ineditismo: ela é a primeira mulher a ocupar a vice-presidência do COB.
"Esse protagonismo dos atletas começou há algum tempo. Lá atrás quando eles me lançam a esse pleito junto com o La Porta. Os atletas são muito importantes. Estamos ocupando esse espaço e estamos preparados para ocupar.", afirmou a Yane, que até o início do ano presidia a Comissão dos Atletas do COB (CACOB).
"Estamos fazendo história do esporte do Brasil. Pela primeira vez temos uma mulher na vice-presidência do Comitê Olímpico do Brasil. Não sou só uma mulher, eu sou mãe, sou filha, sou esposa, sou nordestina, sou sertaneja e sou medalhista olímpica."
O principal foco da dupla, que assume o comando do COB em janeiro, deve ser a descentralização do COB e desenvolvimento na base.
"A proposta da nossa chapa sempre foi essa: unir todo mundo e ter o COB unido. Sentar com todas as confederações e entender as especificidades de cada confederação. Nosso principal foco é olhar para a base e criar uma estrutura de treinamento que pode receber novos talentos", disse La Porta.
"A gente vai pulverizar o COB, para que ele não fique só aqui, no Rio de Janeiro. Ele vai estar no Nordeste e em todas as regiões do Brasil. Isso vai permitir que os atletas e os jovens, se encantem por alguma modalidade, assim a gente faz crescer essa base da pirâmide.", completou Yane Marques.